A arte urbana chegou ao concelho de São João da Pesqueira, na freguesia de Nagoselo do Douro, através de uma parceria entre a BABAUS, a Junta de Freguesia de Nagoselo do Douro e o Município da Pesqueira. Este evento contou com patrocínio da Waylife, Jopauto e Onurban Design.
O Douro Streetart Festival decorreu entre os dias 19 a 24 de setembro de 2023 e teve como missão transportar a arte urbana a um ambiente rural (Douro Vinhateiro), transformando-a num veículo de inclusão e estímulo à partilha de culturas e tradições.
O diretor artístico MRKAS (1) desafiou a artista Mariana PTKS (2) e os artistas Tomas Fácio (3), Hazul (4) e Oaktree Draws (5) a criarem murais em alguns edifícios e paredes da aldeia.
MURAIS
Na lateral do depósito da água, situado na entrada da aldeia de Nagoselo do Douro, Mariana PTKS assinou o seu mural, com um estilo paisagístico, onde retratou um pôr do sol de cores intensas e um dos objetos mais representativo desta região, o barco rabelo.
Na fachada do depósito da água, Tomas Facio criou um mural através da sua técnica de linhas a pincel, contrastando apenas a cor branca com a tinta-da-china, tendo representado um cântaro de barro típico duriense.
Numa das laterais do edifício da antiga escola primária de Nagoselo do Douro, MRKAS pintou um mural, estilo puzzelismo, onde retratou duas gerações de músicos, António de 60 anos e Rodrigo de 10 anos, pintura em homenagem aos 125 anos de existência da Banda Filarmónica desta freguesia.
Noutra das laterais da escola, Hazul pintou um mural, num estilo entre o figurativo e o abstrato, representações simbólicas de objetos que encontrou na casa museu de Nagoselo do Douro (Casa D´aldeia), bem como, silhuetas que nos remetem para as ondas do rio Douro, das montanhas e vinhedos que tão bem caracterizam esta região.
Ainda neste espaço, numa construção anexa, o artista Oaktree pintou um mural, estilo figurativo representativo, ondulantes figuras de cores vibrantes que transmitem os valores de adoração à natureza e procura pelo equilíbrio e crescimento.
ARTISTAS
(1)
MRKAS nasceu no Porto (Portugal) em 1980. Sua paixão pela arte começou ainda jovem com seu pai, também pintor, que teve uma grande influência sobre ele durante toda a sua infância. A sua primeira experiência com a grafite foi no final da década de noventa, altura de grande crescimento do movimento hip-hop na invicta. Em 2010 mudou-se para a Espanha e nos anos seguintes viveu entre a Bélgica e o Reino Unido. O seu trabalho pode ser visto em murais, telas, museus e exposições em todo o mundo. Sua principal inspiração são as pessoas. Pessoas e seus sentimentos, suas vidas, suas histórias, suas circunstâncias. Visualmente ele gosta da ideia de desconstruir uma imagem e transformá-la em algo único, criando efeitos 3D, padrões abstratos ou formas anamórficas, tudo numa técnica fotorealista.
(2)
Mariana PTKS é o pseudónimo de Mariana Patacas, artista urbana e visual nascida no Porto em dezembro de 1992. Desde muito jovem explora técnicas de pintura tradicionais, ensinamentos que posteriormente conjuga com a pintura mural e digital e considera-se uma artista de rua. O seu trabalho gravita em torno do abstrato e toma o universo e suas infinitas possibilidades, usando combinações de cores e contrastes combinados com formas geométricas afiadas.
(3)
O artista Tomas Facio vem da Argentina (Buenos Aires) e iniciou seus estudos na UNA - Universidade Nacional das Artes em 2013, especializando-se no estudo de diferentes técnicas de desenho e gravura. Um ano depois, em 2014, decide focar-se no estudo da linha, tornando-se uma característica fundamental em suas obras. Ele constrói vestígios e molduras que lhe permitem desenvolver uma maior quantidade de valores de luz. Nesse mesmo ano, começou a fazer murais, chegando a pintar na Argentina, Alemanha, Chile, Espanha e Portugal. Suas obras, murais de pequeno e grande escala, pintura em tela e desenho/ilustração, têm a tinta chinesa como material de eleição, independentemente do apoio. Sua prática artística surge da exploração, organização e fragmentação de imagens, questionando-as e reinventando-as. As composições finais são o resultado de um olhar cuidadoso sobre os elementos etnográficos e tradicionais, a justaposição de imagens e a criação de ficções a partir do real.
(4)
O artista Hazul tem as susas primeiras aparições em espaços públicos em 1997 sob o pseudônimo de Pong 02, época em que ele descobre o movimento Hip-Hop e, mais especificamente, o grafite. As linhas fortes fazem com que o design se destaque em remendos ordeirados e às vezes flutuantes. Existem influências da arte primitiva, de civilizações antigas ou povos tribais, resultando em uma linguagem e expressão universal e intemporal. Seu trabalho continua tendo a rua como cenário principal, mantendo esse diálogo constante entre os mundos contemporâneo e ancestral.
(5)
Oaktree é uma artista do Porto. O seu trabalho consiste sobretudo na exploração de emoção e adoração à natureza através de ritmo, tensão e linhas energéticas. Nas suas obras convida-nos a entrar em estranhas dimensões onde impera um sentido de mistério e cores surreais.
Mídia
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